quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Lamentos




















Não queira
ser poesia aos meus olhos
Pois serei a pedra
em seu sapato
Espere rosas
de minha boca,
pois rosas mesmo belas,
tem espinhos
Só não espere massagem
Nunca coloquei faca
no pescoço de ninguém,
nunca!
Porém, posso dar a
faca para se matar
A corda
para se enforcar
E mostrar
o caminho do precipício
Não é meu foco!
Quero apenas ser o herói
que te salva do calvário
Mas se te der a mão,
e você cobrar o braço...
Pra você, minhas lamentações
Não quero ser seu inimigo,
mas fique fora
do meu caminho

- Miguel Jerônimo

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Remorso

Como pude permitir
que a verdade sucumbisse
e a hipocrisia se propagasse,
foram anos mentindo,
empurrando, fingindo,
anos!
Quando olho pra trás
sinto vergonha
da pessoa que me tornei,
pobre, podre
felizmente arrependimento
não mata,
mas sinto que esse
remorso,
está me levando aos poucos
aos porcos, aos lobos
os nossos
não confiam em mim,
nem eu confio,
talvez a morte,
seja menos,
dolorosa

- Miguel Jerônimo

Flor de plástico

Ela era
flor de tecido,
suco em pó,
plástico,
só eu
que não via,
fiz da minha vida
escuridão
pra fazer
seus dias
ensolarados,
em troca,
não me dava nada,
na verdade
dava,
apenas isso,
sempre pra ter
o que desejava,
no fim eu gostava,
mas o desgaste,
que entoava
meu corpo
me acordou,
e por fim
dei um basta,
meu amor era real

- Miguel Jerônimo

Olho de porco

Foi quando veio
com aqueles olhares muchos
que me deram medo, desespero,
nojo, enfim,
eu senti nojo, senti nojo
de mim,
e sem compreender
o porquê
eu senti, eu sentia
e aquela aflição
que inundava minh'alma,
me fazia entrever
que aquele olhar
de porco,
era o mesmo
que eu tinha
talvez fosse por isso,
que eu não sabia
para onde correr

- Miguel Jerônimo

Mente aflita

Eu fiz fumaça
e a alma
apertava a vida
se libertava
na sala
aquela mente aflita
e a tristeza dispersava
a larica aumentava
eu não lembrava
...

- Miguel Jerônimo

Temporal

Veio pequeno,
sem medo,
feliz,
sorriu lá dentro,
e no meio se alojou,
no peito ficou,
e doeu,
doeu,
virou fumaça,
mas não passou

- Miguel Jerônimo

domingo, 15 de dezembro de 2013

Omisso



















E eu chorei, chorei, com sangue nos jornais
E supliquei, implorei, não suportando mais
As inverdades, maldades, nos transformando em caos
Cadê aquela formula, que vai trazar a paz?
Pois a polícia mata, e a milícia rouba
E o pobre que paga, e injustiça é moda
E minha senhora chora, implorando ajuda
e o governo olha, mas finge que não escuta
Enquanto isso, omisso, nóis só suporta dor
Visa um futuro, impuro, lute a nosso favor
Se pra bonança, mudança, A guerra for necessário
Eu vou de corpo e alma, Pois ela, é meu amor

- Miguel Jerônimo