Pela fresta do portão, vejo uma guerra em vão
e uma ilusão que é criada, gerada
pelo pobre que não tem pra comprar o pão
Homens, crianças, mulheres sem esperanças
que seguem o caminho menos complicado
pra conseguir um dinheiro nada suado
O pouco suor desses que já vi cair
é quando os "outros" entram aqui
esses pensam que são os "reis", "heróis"
mas acabam sendo piores ou iguais
que aqueles, que eles julgam como marginais
Animais! Matam, batem, cospem na sua cara
te apontam uma arma, mesmo sem você ter feito nada
Não consigo ver tanta diferença entre esses dois lados
ambos sabem causar dor
mas prefiro confiar nos que estão em minha casa
pois já me mostraram um pouco de valor
Chegando a noite, começa a festa
Pessoas entram e saem da estreita viela
a fumaça toma conta de todo o espaço
fiquem ligados!
Pois os mesmos playboys que te medem nas ruas e te esnobam
entram aqui de cabeça baixa e compram uma merda de droga
Não é só isso que está errado!
tem muito certinho por ai, se vendendo só pra ter um baseado
O campana nunca se distrai, fica observando atentamente
nessa vida descontente, "puxa um", pra esvaziar a mente
Aterrorizante, é quando eles saem correndo
Eles gritam: - Sujo, sujo! Já da pra prever o que está acontecendo
Vai vendo, os tais "heróis" entram armados, folgados
Quem chega de fora é barrado
e tem que responder um tenso questionário
Não quero nem lembrar deste fato!
Bom, é melhor eu entrar e parar de olhar,
se não algo pra cima de mim eles vão jogar
E se acontecer já era! O sistema é falho
Enquanto o rico ladrão é absolvido
O pobre inocente se torna carta fora do baralho
- Miguel Jerônimo