sexta-feira, 31 de maio de 2013

Soneto do Foda-se



















Soneto do Foda-se

Foda-se tudo
Foda-se o mundo
Foda-se o surdo
Foda-se o mudo

Foda-se quem fala
Foda-se quem rala
Foda-se a bala
Foda-se a vergonha na cara

Foda-se a ti
Foda-se a mim
Foda-se ao in

Foda-se a falta de inspiração
Foda-se os filósofos de opinião
Foda-se o Foda-se

Miguel Jerônimo
Rafael Carvalho

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Dona Maria


















Dona Maria, soberana, mulher guerreira
Nunca abaixa a cabeça, não importa o que aconteça
Sempre serviu de exemplo, pôs comida na mesa
Dona Maria, essa é a mulher brasileira
Isso não é vida, acorda cedo a Dona Maria
Com muita dor, cansada, mas ela sempre acredita
Que da pra vencer, com muita fé, você vai ver
Que tudo há, quando tem alguém pra crer
Dona Maria, sua força de vontade contagia
Entre tristezas e alegrias, caminha a Dona Maria
Não pensa em desistir, tem sangue quente, é nordestina
Dona Maria, mãe, amiga, rainha

Miguel Jerônimo

quarta-feira, 29 de maio de 2013

O Fim da Chuva




















Pensei que você tinha saído daqui, da minha mente
Pensei que tava livre de ti, infelizmente,
uma frase que vi na sua página
Me fez lembrar que era com você que eu sonhava
Eu não tentava, eu não conseguia chegar
Tinha receio da resposta que ia ganhar
Me importava mais, com nossa amizade,
Tinha medo da verdade, ou eu não queria aceitar
Que você era a mina descolada da sala
A mais bonita, a engraçada que cantava
E encantava sempre com seus olhos coloridos
Sua pele branca como a neve e o seu franco sorriso
Iludido eu? Nunca me deu esperanças
Quando eu tava com você me sentia uma criança
Na frente do PC eu olhava as suas fotos
Ter você aqui comigo é melhor que ganhar na loto

Ela é determinada, mina interessante,
Muito mais que isso, ela é apaixonante,
Criança grande, com ela é tudo ou nada
Não tem meio termo, não existe essas paradas.
Sua voz em meus ouvidos se tornavam poesia
O seu desafino a mais suave melodia
A sua presença me trazia alegria
Do que me adiantava se você não era minha
Essa chuva que voltou forte, veio doendo
Cheio de dúvidas, eu já não mais qual é o sentimento
Se é amor ou ódio, que sinto
Só o que sei, que por você não era correspondido
Tentei seguir o meu caminho, sem lembrar de você
Mais é impossível, nunca consegui te esquecer
Tenho que ser forte, não posso me abater
Só vou deixar o dia passar, e a noite dizer

Tentei te encontrar em outros olhos
Até escrevi música, fiz tudo quanto era negócio
Pra me conformar, que não era com você
Não era com você, que eu poderia estar
Eu vi a chuva caindo, se misturando
Com as lágrimas que molhavam o meu rosto
No momento de pranto
Eu não podia contar com suas palavras
A distância não deixava, eu sempre me sentia um nada
Quando eu via, você e aquele garoto no corredor
Beijando e se abraçando, era amor
Eu só queria ver você feliz
Se fosse necessário deixava aqui dentro uma cicatriz
E foi assim que fiz, não pudi suportar a dor
Não quero mais, não posso mais, eu não vou
Me apaixonar, por alguém que não me de o mesmo valor

Miguel Jerônimo

terça-feira, 28 de maio de 2013

Mundo Cão
















Sou morador, sou nomade, sujeito sem sobrenome
E atrás do microfone, faço aqui o meu protesto
Enquanto o capitalismo alimenta seu ego
te ensurdece e te cega, à lutar pelo certo
Não quero seu dinheiro, não quero seu relógio
Só peço o seu respeito e um pouco de feijão
Os meus estão doentes e jogados pelo chão
Governo sobra verba, mas falta compaixão
O capitão do mato, semeia medo
O Hitler, desespero
Pior é o frio, que vem das pessoas
Suplico para um Deus, pra que mude essa porra
Minha fé ta abalada, minha vontade é pouca
Refúgio é uma lata, um cachimbo, o fim do poço
Que escurece a minha alma, mas esquenta o meu corpo
A brisa é temporária, ela é necessária
Preciso esquecer que nesse mundo, só tem porco

Miguel Jerônimo

Algemas Invisíveis

















Eles querem me controlar
Não querem bater de frente
Pensam que vão manipular
Controlar a minha mente
Eu sou mais um inocente
Nesse vasto mundo
Me chamam de louco
Me tratam como vagabundo

Eles querem o mundo do seu jeito
Bonito, perfeito, sem erros
Mas sempre tem o colateral efeito
E surge o medo
Não sou brinquedo
Não sou nenhum robô
Exijo respeito
Que coisa é essa que não posso ver?
Que coisa é essa que quer me fazer obedecer?
Me ensinaram a ser forte
Não vou contar com a sorte
Que ultimamente tem sido
Um passaporte pra morte
Querem me jogar num mundo de fantasias
Onde não posso controlar a minha propria vida
Essa agonia, que nos contagia
Queria que tudo fosse apenas ironia

Me colocaram numa sala branca
Com uma camisa de força
Me deram um diagnóstico de gente louca
Julgaram meus atos
Não foram sensatos
Me chamaram de fraco
Fiquei atordoado

Eu não sou louco
Sou apenas mal compreendido
Eu não sou louco
Sou apenas mal compreendido
Eu não sou louco
Sou apenas mal compreendido
Eu não sou louco

Miguel Jerônimo