sábado, 30 de novembro de 2013

Testamento




















Em meio a este caos, eu vi a luz surgindo
Na ponta de uma caneta, encontrei o meu caminho
Liberto das correntes, que mantinham-me sozinho
Passei a ter poder, e escrever o meu destino
Como um Rei Midas, com palavras destruía
Tudo o que eu tocava virava poesia
Atirava com rancor, rimava com alegria
Feito um salvador, não suportava injustiças
Como Robin Hood, ajudei quem precisava
Tirei dos que "podia" e dividia com a massa
Cantava humildade, pedia melhorias
Clamava igualdade, amor no dia a dia
E por ser homem negro, eu não me fiz omisso
Eu me fiz forte, sim, sabendo dos precipícios
Que a vida bota, mas que o tempo leva
Eu aprendi na derrota, em meio as minhas quedas
Fui super herói, lutei contra hipocrisia
Passei a ser vilão, com o dedo na ferida
Mas eu era poeta, voz da periferia
E tudo que eu fiz, deixarei com minha rima
Se eu me for, eu não quero sofrimento
Quero deixar um testamento, pra quem andou comigo
Pra familia humildade, paz pros meus amigos
Sonhos realizados e amor pros inimigos

- Miguel Jerônimo

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