domingo, 15 de dezembro de 2013
Omisso
E eu chorei, chorei, com sangue nos jornais
E supliquei, implorei, não suportando mais
As inverdades, maldades, nos transformando em caos
Cadê aquela formula, que vai trazar a paz?
Pois a polícia mata, e a milícia rouba
E o pobre que paga, e injustiça é moda
E minha senhora chora, implorando ajuda
e o governo olha, mas finge que não escuta
Enquanto isso, omisso, nóis só suporta dor
Visa um futuro, impuro, lute a nosso favor
Se pra bonança, mudança, A guerra for necessário
Eu vou de corpo e alma, Pois ela, é meu amor
- Miguel Jerônimo
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
Favela
Mas que lugar é esse, que canta e dança
Que mostra pra gente que no mundo ainda há esperança
É só olhar, no olhar daquela simples criança
Que mais que uma semente, é uma flor que se planta
É um lugar, de gente sofrida que não vai chorar
Se tiver com a barriga vazia, vai levantar
Vai mostrar que é mais forte que a vida
Sempre persistir, vai encontrar a saída
É um lugar, onde não existe o termo humilhação
Pois se humilhar, é não ir atrás do feijão
Quem mora lá, vai bater no peito sim, pois ela ensina
Enquanto houver favela, haverá uma família
- Miguel Jerônimo
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
Por opção
E de repente eu me pego preso nesse sentimento
E de repente, a inspiração vem como tormento
A dor de não te ter, se transmuta em sofrimento
Machuca como estaca, encravada no peito
E desse jeito eu sinto a chuva escorrendo em meu rosto
E desse jeito tão covarde, me vejo impetuoso
Pois querer e não poder, sempre é tão doloroso
Te quero como muitos, mas amo como poucos
E fiz dos versos um abrigo pra poder te eternizar
E fiz dos versos inimigos me impedindo de tentar
Com essas leis do conformismo, só posso me contentar
Em te ver em um sorriso, em te ter em um olhar
E na fraqueza das palavras, o coração só chora
E na fraqueza da minha alma, meu corpo então implora
E com fraquezas elevo o carma, e o aperto não vai embora
Ser invisivel por opção, é escolher viver na fossa
- Miguel Jerônimo
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
Seu Silvio
Eu que não vá orar, pra Deus prepara meu pão de cada dia
e não vá sair pra trabalhar com meu carro ,
levando esse monte de nordestino cansado,
pra garantir o sustento da minha família.
A 2 eleições que não voto,
pois não confio nos porco,
que chegam prometendo chuva pra nossa gente,
pra depois vim tirar o que é nosso.
Proteção pra que? Pra quem? Por que?
Ontem atiraram tanto na madrugada,
que acabaram acertando um pobre rapaz.
Menino humilde, vendia seus bagulhos,
respeitador, não merecia aquela bala na cabeça,
apesar de sua vida "ilegal", tinha lá seus valores,
Pelo que sei, tava na vida mesmo por causa de seu moleque
Sem opção, procurou emprego em todo lugar,
mas o cara não era estudado, ai fica difícil,
as vezes é o único caminho.
É triste nossa realidade, mas eu como pai,
estou sentindo a dor da mãe daquele garoto,
é fácil julgar o moleque que rouba, trafica, se droga,
mas só quem é, sabe a cruz que carrega
Motivos e uma arma, é o que muitos precisam pra sobreviver!
Infelizmente a vida é injusta!
- Miguel Jerônimo
sábado, 30 de novembro de 2013
Testamento
Em meio a este caos, eu vi a luz surgindo
Na ponta de uma caneta, encontrei o meu caminho
Liberto das correntes, que mantinham-me sozinho
Passei a ter poder, e escrever o meu destino
Como um Rei Midas, com palavras destruía
Tudo o que eu tocava virava poesia
Atirava com rancor, rimava com alegria
Feito um salvador, não suportava injustiças
Como Robin Hood, ajudei quem precisava
Tirei dos que "podia" e dividia com a massa
Cantava humildade, pedia melhorias
Clamava igualdade, amor no dia a dia
E por ser homem negro, eu não me fiz omisso
Eu me fiz forte, sim, sabendo dos precipícios
Que a vida bota, mas que o tempo leva
Eu aprendi na derrota, em meio as minhas quedas
Fui super herói, lutei contra hipocrisia
Passei a ser vilão, com o dedo na ferida
Mas eu era poeta, voz da periferia
E tudo que eu fiz, deixarei com minha rima
Se eu me for, eu não quero sofrimento
Quero deixar um testamento, pra quem andou comigo
Pra familia humildade, paz pros meus amigos
Sonhos realizados e amor pros inimigos
- Miguel Jerônimo
domingo, 17 de novembro de 2013
Pedra no Sapato
Já virou rotina acordar na quebrada,
barulho de tiro, com varias rajadas,
o mano caiu, de madrugada,
porém ninguém viu, havia uma farda
Mlk dahora, não dava mancada,
era respeitado pelos camaradas,
com os cordão pesado, e as roupas que usava,
umas mina dizia até que o amava
O mano trampava, trabalhador,
que foi confundido com estuprador,
sua velha esperava, ele não chegou,
soube da notícia então desmaiou,
ela suplicou, pediu pelo filho,
mas cadê o corpo daquele menino?
E aquele ser que era pra proteger,
se torna o verme que fere o caminho.
Atrás de justiça, ela foi pra mídia,
e denunciou aquela chacina,
falou da milícia, deu nome aos polícias,
disse que seu filho pagou com a vida,
A TV mostrou, o seu relato
mas não podia comprovar os fatos
e pra tristeza daquela mulher
eles deturparam todo aquele caso
E mais uma vez a velha chorou
a morte de Kevin em vão ficou
ele sustentava aquela família
moleque guerreiro, saudades deixou
E não terminou, o fim dessa cena
pedra no sapato, um grande problema,
e como a velha sabia demais
eles a mataram em sua residência
- Miguel Jerônimo
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Almas Perdidas
Não sei qual sua crença, não sei sua eloquência
Eu não sei, mas o que me espanta é a sua indiferença
Pouca gente se olha, muito menos se fala
calor só vem do sol, porque o outro atrapalha
De graça, ninguém quer dar sorriso
Se vende ao despedício, depois reclama, sim, da solidão
O mano que se doa, tem o valor dobrado,
Mas criam inimigos, sem saber nem a razão
Não é preço, é apreço, é a dor, reconheço
Pelo amor, pra que tanto egoismo desse jeito?
É um mundo onde só impera corja, que muita gente roda
O caminho perfeito pra derrota
A história não ta morta, e pouca gente quer lutar
Mas sei que vão chorar, pois a enchente vai voltar
E que não seja tarde, quando o inverno vai chegar
O menos preparado vai cair, deixa eu orar
Almas perdidas, decâdencia deste mundo
almas perdidas, corja, a escória de tudo
almas perdidas, eu vejo, o mesmo ciclo se repete
por elas que eu faço uma prece
Se entrega, é o que eles querem, a alma, espada fere
quem sangra se ilude, com a moeda que oferecem
Esquecem, que podem mais, que são muito capaz
parece que foi em vão, a morte de meus ancestrais
Valores vão se perdendo, em meio as ambições
Desistir já virou moda, eu não sigo padrões
Relações cortadas, com multidão despreparada
Que ladra, mas não levanta, para lutar pela nação
Oração, pelas almas perdidas, pelo sangue em vão
pelas guerras sofridas, pela falta de pão
pelo mano que luta e cai, ajudando o seu povo
não pelo engravatado, que só quer enxer o bolso
Só decadência, ta osso, as exigências vinham de poucos
mas faziam a diferença, os que tentaram,
não marcaram só presença, honraram seus irmãos
usando todas as potências
Almas perdidas, decâdencia deste mundo
almas perdidas, corja, a escória de tudo
almas perdidas, eu vejo, o mesmo ciclo se repete
por elas que eu faço uma prece
Miguel Jerônimo
sábado, 26 de outubro de 2013
A Dança
"Não era dia de festa, nem era fevereiro
Mas sei que dançaria de janeiro a janeiro
Não sabia o roteiro, ou o tempo que lhe resta
Mas fazia os outonos, virarem primaveras"
- Miguel Jerônimo e Danilo Benício
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
Pela Fresta do Portão
Pela fresta do portão, vejo uma guerra em vão
e uma ilusão que é criada, gerada
pelo pobre que não tem pra comprar o pão
Homens, crianças, mulheres sem esperanças
que seguem o caminho menos complicado
pra conseguir um dinheiro nada suado
O pouco suor desses que já vi cair
é quando os "outros" entram aqui
esses pensam que são os "reis", "heróis"
mas acabam sendo piores ou iguais
que aqueles, que eles julgam como marginais
Animais! Matam, batem, cospem na sua cara
te apontam uma arma, mesmo sem você ter feito nada
Não consigo ver tanta diferença entre esses dois lados
ambos sabem causar dor
mas prefiro confiar nos que estão em minha casa
pois já me mostraram um pouco de valor
Chegando a noite, começa a festa
Pessoas entram e saem da estreita viela
a fumaça toma conta de todo o espaço
fiquem ligados!
Pois os mesmos playboys que te medem nas ruas e te esnobam
entram aqui de cabeça baixa e compram uma merda de droga
Não é só isso que está errado!
tem muito certinho por ai, se vendendo só pra ter um baseado
O campana nunca se distrai, fica observando atentamente
nessa vida descontente, "puxa um", pra esvaziar a mente
Aterrorizante, é quando eles saem correndo
Eles gritam: - Sujo, sujo! Já da pra prever o que está acontecendo
Vai vendo, os tais "heróis" entram armados, folgados
Quem chega de fora é barrado
e tem que responder um tenso questionário
Não quero nem lembrar deste fato!
Bom, é melhor eu entrar e parar de olhar,
se não algo pra cima de mim eles vão jogar
E se acontecer já era! O sistema é falho
Enquanto o rico ladrão é absolvido
O pobre inocente se torna carta fora do baralho
- Miguel Jerônimo
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
Da pior forma
Quem acredita sempre alcança!
Devagar se vai ao longe!
Como posso crer em frases
Que não me dizem a verdade
Eu acreditei, eu fui com calma, mas eu sofri!
Nunca me disseram:
"Quem não aprende no amor, aprende na dor"
E foi assim que aprendi
Aprendi que o certo, pode ser errado
E a deturpar as verdades
Que a família está em primeiro lugar
Que pagar aluguel é foda, que sobra aqui, falta ali, a vida é assim
Aprendi a sorrir e chorar, e a não me lamentar
Eu já errei demais, não adianta olhar pra trás
O que é passado, foi passado
Vou viver meu presente, buscar meu futuro
Procurar meu lugar, os males exorcizar
E sei, que da pior forma eu vou descobrir
Porque o ser humano gosta tanto de apanhar?
Essa resposta um dia eu vou encontrar
Acho que foi para isso que nasci!
- Miguel Jerônimo
Devagar se vai ao longe!
Como posso crer em frases
Que não me dizem a verdade
Eu acreditei, eu fui com calma, mas eu sofri!
Nunca me disseram:
"Quem não aprende no amor, aprende na dor"
E foi assim que aprendi
Aprendi que o certo, pode ser errado
E a deturpar as verdades
Que a família está em primeiro lugar
Que pagar aluguel é foda, que sobra aqui, falta ali, a vida é assim
Aprendi a sorrir e chorar, e a não me lamentar
Eu já errei demais, não adianta olhar pra trás
O que é passado, foi passado
Vou viver meu presente, buscar meu futuro
Procurar meu lugar, os males exorcizar
E sei, que da pior forma eu vou descobrir
Porque o ser humano gosta tanto de apanhar?
Essa resposta um dia eu vou encontrar
Acho que foi para isso que nasci!
- Miguel Jerônimo
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
Canção do Exílio - Versão Periferia
"O gueto é minha vida, meu início, o meu fim
Eu sai da favela, ela não saiu de mim
Foi lá que aprendi, a valorizar os dias
Não há melhor lugar, que nossa periferia"
- Miguel Jerônimo
quarta-feira, 17 de julho de 2013
Pra cima deles - Soneto Corintiano
Era quarta feira a noite e o Pacaembu tava lotado
Eram mais de 30 milhões de corações acelerados
Foram gritos de incentivo, uns poucos que xingaram
Mas quando saiu o gol, os que eram contra se calaram
Os olhos encheram de lágrimas e o peito ficou sem ar
Os gritos viraram berros e os braços à balançar
Era Corinthians, raça a cada lance, paixão
vai pra cima deles, não para Timão
Loucos, por amar, sofrer e dar a vida
Nosso orgulho é ter um time que joga pela torcida
Mais que um time loucos, uma nação de exagerados
Contra tudo e todos, nunca estamos calados
Somos mais, com nóis é outra história, família
Honramos nosso amor, vestimos a camisa
- Miguel Jerônimo
segunda-feira, 15 de julho de 2013
A dor da saudade
Saudade, é a dor que invade
É a lembrança que perturba,
é o coração que sempre bate,
quando eu vejo que a lua,
mesmo crescente, não é maior
que o brilho de uma criança inocente.
Eu busco forças todo dia para superar,
as lagrimas caem, pesam, não consigo evitar,
a ficha não cai! É difícil de aceitar
que alguém que se ama vai embora,
para nunca mais voltar.
Metade de mim grita o anseio da dor
a outra metade é conforto, esperança,
o amor, a felicidade, os momentos que passaram,
são as forças que acalmam, o que me da confiança,
para continuar e seguir sempre,
bola pra frente eu já devia estar preparado,
os manterei em minha mente,
sempre terei ao meu lado, quem eu amei,
seguiu comigo, será sempre lembrado.
Miguel Jerônimo
segunda-feira, 8 de julho de 2013
Os incomodados que mudem o mundo
Brasil
Terra de gente hostil,
Hipócrita,
Imbecil
Que cobra e não age
Que chora, covarde
Ta atrasado!
A morte soluciona muitos fatos
Mas a ignorância alheia...
Miguel Jerônimo
O Fim da Chuva
"Tentei te encontrar em outros olhos
Até escrevi música, fiz tudo quanto era negócio
Pra me conformar, que não era com você
Não era com você, que eu poderia estar"
- Miguel Jerônimo
segunda-feira, 24 de junho de 2013
Mestre
Nada foi fácil, nem por isso eu desisti de meus passos
Minha velha ensinou a não temer o fracasso, sempre escasso
Mas nunca permitiu faltar o necessário, mas nunca permitiu faltar
Hoje sou grato, porque aqueles que em mim não acreditaram
Pois me fizeram forte, não vem pagar de rato aqui
Eu cresci com valor, cresci com os aliados
Não vem de ditador, que vai pagar de otário
Hoje sonhei com um mundo melhor, hoje sonhei com a vida
E a cada sangue derramado, suor, é um degrau pra conquista
Eu quero paz, pelo amor de Deus, não tenho a vida ganha
Eu tenho que correr pelo meu
Mas um sorriso teu já me faz faturar o dia
Me sinto bem mais forte em sua companhia
Cada alegria, vou resumir em música, a poesia, será pra sempre sua
Quero lembrar, sempre que olhar pra chuva, estarei olhando por você daqui
Ser louco sim, se permitir sonhar, acreditar, seguir em frente
Recomeçar, não ter medo de amar e não cansar nessa luta
Entrar de corpo e alma, pois nossa vida é curta
- Miguel Jerônimo
sábado, 22 de junho de 2013
A Falta
A Falta
Em minha casa,
falta dinheiro,
falta comida,
falta paz e segurança,
para mim, faltou infância,
graças a um sistema
que só faz lambança,
não valem nada,
pra eles sobra de tudo,
dinheiro, saúde, morada
mas ainda falta vergonha na cara
Miguel Jerônimo
sexta-feira, 14 de junho de 2013
Nossa voz
Nós temos voz, eles tem arma
Nós queremos paz, eles querem caça
Imploramos liberdade, dignidade, direitos
Mas foi com gás de pimenta e balas de borracha
Que eles responderam
Foi tenso, mas não, nunca nos calarão
Se é guerra que eles querem, então eles terão
Nós somos maioria, mas eles tem a mídia
Em meio a hipocrisia, vamos de mãos vazias
Carregamos esperanças, nos olhas vermelhos
Do gás que foi atirado, da raiva, do medo
Não vai ser a gente que vai tremer
Não seremos nós que vamos correr
Se preciso ser preso, foi como disse o poeta
Morrer como um homem, é o prêmio da guerra
- Miguel Jerônimo
quinta-feira, 13 de junho de 2013
A luta não pode parar
Essa é só mais um protesto, incerto
Nesse país não adianta ser inteligente, correto
Se for fraco, farão sua cabeça
Se for forte, o jogarão sobre a mesa
E o comerão na ceia
Enquanto uns vivem, comem do bom e do melhor
Outros lutam, sofrem pra sair da pior
O pouco que esses têm ainda é tirado
Graças a um sistema que é sujo e falho
Estamos cansados de sermos olhados de cima pra baixo
Infelizmente nossos representantes nunca nos dão ouvido
Só consegue enxergar seu buraco, seu umbigo
Sei que já lutaram por você e por mim
Muito já feito, mas ainda não é o fim
Se necessário sair na mão, brigar pelo pão
Morrer como homem é o prêmio da missão
Só eles que conseguem ver igualdade, mó viagem
O que eu não enxergo deles é a tal da humanidade
Os que têm muito, são "muito˜
Os que têm pouco, são ˜pouco˜
Os que querem ser alguém são tratados como porcos
A realidade é que a luta não para
Pois nessa batalha
Só os fortes sobrevivem
Miguel Jerônimo
quarta-feira, 12 de junho de 2013
Seu Sorriso
Quero um pouco mais do seu sorriso, sim
nunca imaginei te encontrar
Não posso pensar que você possa ir
Sem nem eu poder me declarar
Se soubesse o quanto o seu sorriso intima
Sei que não, poderia sorrir
Mas o mundo inteiro não sorriria
Iria tudo descolorir
Já faz tanto tempo, desde aquela vez
Não perdoaria, outra espidez
Mas os dias passaram, e você voltou
Você causa febre, sei que é o amor
Foi o seu sorriso, que me enfeitiçou
Não quero pensar, que sem você eu vou
Mas o tempo passou, e você veio
Não posso negar, quero te dar um beijo
- Miguel Jerônimo
terça-feira, 11 de junho de 2013
Votos
Que este ano não seja diferente,
mas que seja melhor,
Meu objetivo é fazer acontecer,
amadurecer e guiar
Seguir em frente
com tudo que aprendi quando errei,
perdoem-me se pequei,
mas pretendo melhorar
Quero um ano de paz, com mais,
e sem más, o mas é necessário
Quero também tirar algumas vírgulas
que nunca me permitem um ponto final
Chega!
Vou dar basta, às bestas
e ouro, a preta
Minha família pretendo honrar
Espero servir de exemplos pros desacordados,
os desacreditados pretendo calar
Já disse minha velha:
- Faça o que eu digo, não faça o que eu faço
Mas não tem problema nenhum quem quiser me copiar
Miguel Jerônimo
domingo, 9 de junho de 2013
Enquanto eles ditam, a gente luta
"Gritamos bem alto, pra multiplicar
Recruta nos lares, nas ruas e bares
Qualquer lugar, em toda cidade
Não importa a idade, só não ser covarde
Pois eles são fortes e testam coragem"
- Miguel Jerônimo
Poesia de Rua: http://migueljeronimo.blogspot.com.br/2013/06/enquanto-eles-ditam-gente-luta.html
Recruta nos lares, nas ruas e bares
Qualquer lugar, em toda cidade
Não importa a idade, só não ser covarde
Pois eles são fortes e testam coragem"
- Miguel Jerônimo
Poesia de Rua: http://migueljeronimo.blogspot.com.br/2013/06/enquanto-eles-ditam-gente-luta.html
terça-feira, 4 de junho de 2013
Cobranças
A questão aqui não é ser preto, é porque eu vim do gueto
só por isso que eles querem me tirar
Sem esse pensamento pequeno, eles pararam no tempo
e o mundo continua a girar
Eu vou seguir em frente, vou ser mais inteligente
tenho dó dessas pessoas, só tenho que lamentar
Queria que minha gente acordasse para vida
E percebesse que todo mundo deve sim, se respeitar
Com resistência e persistência, vou seguindo a sequência
A voz da experiência que não me deixa cansar
Já vi minha mãe chorar por não ter comida em casa
mas nunca vi ela, desistir de lutar
Me ensinou que a vida é a melhor escola
e que lá fora ela te cobra, se aqui não estudar
Um homem de verdade se prepara todo dia
mete a cara e não da um passo sem pensar
Miguel Jerônimo
segunda-feira, 3 de junho de 2013
Enquanto eles ditam a gente luta
E nóis caminha e canta, luta e não cansa
Contra um sistema cheio de ignorância
Fazemos a dança, pra chuva chegar
Gritamos bem alto, pra multiplicar
Recruta nos lares, nas ruas e bares
Qualquer lugar, em toda cidade
Não importa a idade, só não ser covarde
Pois eles são fortes e testam coragem
Fazem o corte, mas nós somos fortes
E vamos pra guerra, sem medo da morte
Arma é a voz que não se cala jamais
Queremos liberdade e buscamos nossa paz
Que foi tirada, foi torturada, foi exilada
Foi presa, foi desaparecendo as fraquezas
E tendo a certeza que quanto mais sumir
Mais se erguerão, para vocês cair
Somos a esperança, vamos com consciência
Lutar com persistência, somos a resistência
Morrer pelo certo, sem hipocrisia
De peito aberto, pela democracia
Miguel Jerônimo
sábado, 1 de junho de 2013
Ei Chuva
"De todas, ela é a mais diferente
Controla minha mente, com apenas um olhar
Quando estou com ela, o tempo não passa
E a cada instante eu aprendo o que é amar"
sexta-feira, 31 de maio de 2013
Soneto do Foda-se
Soneto do Foda-se
Foda-se tudo
Foda-se o mundo
Foda-se o surdo
Foda-se o mudo
Foda-se quem fala
Foda-se quem rala
Foda-se a bala
Foda-se a vergonha na cara
Foda-se a ti
Foda-se a mim
Foda-se ao in
Foda-se a falta de inspiração
Foda-se os filósofos de opinião
Foda-se o Foda-se
Miguel Jerônimo
Rafael Carvalho
quinta-feira, 30 de maio de 2013
Dona Maria
Dona Maria, soberana, mulher guerreira
Nunca abaixa a cabeça, não importa o que aconteça
Sempre serviu de exemplo, pôs comida na mesa
Dona Maria, essa é a mulher brasileira
Isso não é vida, acorda cedo a Dona Maria
Com muita dor, cansada, mas ela sempre acredita
Que da pra vencer, com muita fé, você vai ver
Que tudo há, quando tem alguém pra crer
Dona Maria, sua força de vontade contagia
Entre tristezas e alegrias, caminha a Dona Maria
Não pensa em desistir, tem sangue quente, é nordestina
Dona Maria, mãe, amiga, rainha
Miguel Jerônimo
quarta-feira, 29 de maio de 2013
O Fim da Chuva
Pensei que você tinha saído daqui, da minha mente
Pensei que tava livre de ti, infelizmente,
uma frase que vi na sua página
Me fez lembrar que era com você que eu sonhava
Eu não tentava, eu não conseguia chegar
Tinha receio da resposta que ia ganhar
Me importava mais, com nossa amizade,
Tinha medo da verdade, ou eu não queria aceitar
Que você era a mina descolada da sala
A mais bonita, a engraçada que cantava
E encantava sempre com seus olhos coloridos
Sua pele branca como a neve e o seu franco sorriso
Iludido eu? Nunca me deu esperanças
Quando eu tava com você me sentia uma criança
Na frente do PC eu olhava as suas fotos
Ter você aqui comigo é melhor que ganhar na loto
Ela é determinada, mina interessante,
Muito mais que isso, ela é apaixonante,
Criança grande, com ela é tudo ou nada
Não tem meio termo, não existe essas paradas.
Sua voz em meus ouvidos se tornavam poesia
O seu desafino a mais suave melodia
A sua presença me trazia alegria
Do que me adiantava se você não era minha
Essa chuva que voltou forte, veio doendo
Cheio de dúvidas, eu já não mais qual é o sentimento
Se é amor ou ódio, que sinto
Só o que sei, que por você não era correspondido
Tentei seguir o meu caminho, sem lembrar de você
Mais é impossível, nunca consegui te esquecer
Tenho que ser forte, não posso me abater
Só vou deixar o dia passar, e a noite dizer
Tentei te encontrar em outros olhos
Até escrevi música, fiz tudo quanto era negócio
Pra me conformar, que não era com você
Não era com você, que eu poderia estar
Eu vi a chuva caindo, se misturando
Com as lágrimas que molhavam o meu rosto
No momento de pranto
Eu não podia contar com suas palavras
A distância não deixava, eu sempre me sentia um nada
Quando eu via, você e aquele garoto no corredor
Beijando e se abraçando, era amor
Eu só queria ver você feliz
Se fosse necessário deixava aqui dentro uma cicatriz
E foi assim que fiz, não pudi suportar a dor
Não quero mais, não posso mais, eu não vou
Me apaixonar, por alguém que não me de o mesmo valor
Miguel Jerônimo
terça-feira, 28 de maio de 2013
Mundo Cão
Sou morador, sou nomade, sujeito sem sobrenome
E atrás do microfone, faço aqui o meu protesto
Enquanto o capitalismo alimenta seu ego
te ensurdece e te cega, à lutar pelo certo
Não quero seu dinheiro, não quero seu relógio
Só peço o seu respeito e um pouco de feijão
Os meus estão doentes e jogados pelo chão
Governo sobra verba, mas falta compaixão
O capitão do mato, semeia medo
O Hitler, desespero
Pior é o frio, que vem das pessoas
Suplico para um Deus, pra que mude essa porra
Minha fé ta abalada, minha vontade é pouca
Refúgio é uma lata, um cachimbo, o fim do poço
Que escurece a minha alma, mas esquenta o meu corpo
A brisa é temporária, ela é necessária
Preciso esquecer que nesse mundo, só tem porco
Miguel Jerônimo
Algemas Invisíveis
Eles querem me controlar
Não querem bater de frente
Pensam que vão manipular
Controlar a minha mente
Eu sou mais um inocente
Nesse vasto mundo
Me chamam de louco
Me tratam como vagabundo
Eles querem o mundo do seu jeito
Bonito, perfeito, sem erros
Mas sempre tem o colateral efeito
E surge o medo
Não sou brinquedo
Não sou nenhum robô
Exijo respeito
Que coisa é essa que não posso ver?
Que coisa é essa que quer me fazer obedecer?
Me ensinaram a ser forte
Não vou contar com a sorte
Que ultimamente tem sido
Um passaporte pra morte
Querem me jogar num mundo de fantasias
Onde não posso controlar a minha propria vida
Essa agonia, que nos contagia
Queria que tudo fosse apenas ironia
Me colocaram numa sala branca
Com uma camisa de força
Me deram um diagnóstico de gente louca
Julgaram meus atos
Não foram sensatos
Me chamaram de fraco
Fiquei atordoado
Eu não sou louco
Sou apenas mal compreendido
Eu não sou louco
Sou apenas mal compreendido
Eu não sou louco
Sou apenas mal compreendido
Eu não sou louco
Miguel Jerônimo
quinta-feira, 25 de abril de 2013
Tempestades - Miguel Jerônimo
"Quando chega é chuva,
causa tempestades,
se vai, é tsunami
que arrasta cidades,
e deixa saudades,
eu sei que te verei outra noite,
mas uma outra noite
já pode ser tarde"
terça-feira, 26 de março de 2013
Dia 24
Como todo dia acendíamos uma vela e orávamos por um prato de comida. Não sei pra vocês, mas pra gente Natal é sinônimo de dor e ódio.
Nunca nos iludimos com o merda do papai noel, ser mais hipócrita que esse, não existia, paramos de acreditar, quando percebemos que ele só dava presentes pras famílias que "tinham" um puto qualquer no bolso.
Aquele ano foi diferente, não tínhamos nos comportados muito bem, eu com meu irmão saímos para roubar todos os dias antes de dormir, já tinha se tornado habito vermos nossa mãe pedindo esmola e não fazermos nada, então resolvemos agir.
Nossa irmã de 11 anos era a única que tinha alguma esperança, pobre inocente, mal sabia ela que essa coisa de paz não existia, era pura fantasia.
Nessa véspera de Natal acordamos, rezamos, e procuramos nosso café da manhã no lixo, logo depois de comer fomos fazer o que fazíamos melhor.
O dia passou e conseguimos 350 reais e uns 3 celulares a gente estava muito feliz, dava pra comprar bastante comida e um presente pra nossa família na loja da Dona Delfina, que era a única mulher que dava algum tipo de ajuda pra nóis, pra mim e pro meu irmão não compramos nada, nossa felicidade era ver o sorriso delas, pra nossa mãe compramos o vestido que ela sempre via na lojinha da Dona Delfina e pra nossa irmãzinha, a tal sonhada boneca que abria os olhos, ela sempre pedia pra mãe.
Era dia de festa, começamos a pensar na tal magia do Natal, era engraçado, nossa mãe tinha falado que teve um sonho e que algo aconteceria, só podia ser algo bom, estava tudo dando certo aquele dia.
Triste comentário!
Minha irmã brincava com sua boneca pela rua, ela era nosso xodó, nossa alegria, fazíamos as vezes mais por ela, do que pela nossa própria velha.
Um motorista, provavelmente voltando do trampo, bêbado, atropelou nossa pequena, quando vimos aquela cena, não pensamos duas vezes, eu corri pra avisar a mãe, meu irmão correu pra socorre-lá, aproveitei pra pegar a arma que nunca tinha visto um sangue humano, nunca, não podia chamar a policia, pois eramos procurados pelos mesmos, eu só conseguia enxergar o motorista. Bum, bum, bum, puxei o gatilho, no mesmo instante ele morreu. Os coxas chegaram, minha velha chorava, se desesperava, eu fiquei paralisado, não sabia o que fazer, meu irmão correu. Achei covardia da parte dele, mas hoje entendo. Aqui na cadeia em pleno dia 24 escrevo este depoimento, sem vela, só lamentações, minha mãe, conseguiu um emprego, numa casa de família que ajuda muito ela, meu mano, continua no crime e pra mim com o vírus HIV correndo em minhas veias, só resta a morte.
Miguel Jerônimo
segunda-feira, 25 de março de 2013
Toque de Recolher
As Marias querem poder ter uma quase certeza de que seus filhos voltarão para suas casas
Os Josés não querem ter que se preocupar com a hora que devem chegar em suas residências
Os Joãos querem ter certeza que acordaram sem uma morte em suas costas
Chega dessas retaliações e represálias, chega de mortes.
AS QUEBRADAS IMPLORAM POR PAZ
sábado, 23 de março de 2013
Escritores da Liberdade
O medo, o receio, o respeito de uma raça
A mentira, a verdade, o caçador e a caça
As guerras, as gangues, pensamentos infames
O ar, a dor,o ardor de um homem
Silêncio, o tempo já se esgotou
A morte, um tiro, quem morreu?, quem matou?
Um inimigo, a fome, a perca de um amigo
Um cadaver, uma arma, levei a culpa por isso
Uma garota, um sorriso e marcas no corpo
Aprender, aceitar, cada um tem seu gosto
Aqui dentro, alunos numa sala de aula
Lá fora heróis, desviando de balas
Ninguém liga se arrisco minha vida todo dia
Eu vivo da prática e não da teoria
Respeite os seus, protejo os meus
Negros, brancos, latinos, Judeus
Deus, a salvação que todos têm
Pedidos e orações, pra que tudo saia bem
Uma turma, um refúgio, uma professora
Histórias reais, que valem mais que qualquer coisa
Mudanças, crianças adultas
Que nos ensinam a amar, mesmo a vida sendo dura
Cada momento, instante, cada ato
Retratam suas vidas em pequenos relatos
Me fazem pensar e parar de reclamar
Muitos já lutaram, pra essa guerra acabar
Escritores que usaram sua própria voz
Ensinaram que todos os dias somos heróis
Falsidade, crueldade, maldade, orfandade
Humildade, dignidade, igualdade, verdade
Buscamos nosso futuro, fazemos nossa parte
Isso nos torna, "Escritores da Liberdade"
Miguel Jerônimo
Baseada no filme: "Escritores da Liberdade"
sexta-feira, 22 de março de 2013
We fight for happiness
Foi no caos que cresci
e aprendi a valorizar
o lado simples da vida
Já lutei por um mundo melhor,
guerriei por paz
Já derramei muito sangue e suor,
foi pouco, quero mais
Quero mais uma vez lutar ao lado dos meus
Lutar por algo que valha a pena
We fight for happiness
Miguel Jerônimo
e aprendi a valorizar
o lado simples da vida
Já lutei por um mundo melhor,
guerriei por paz
Já derramei muito sangue e suor,
foi pouco, quero mais
Quero mais uma vez lutar ao lado dos meus
Lutar por algo que valha a pena
We fight for happiness
Miguel Jerônimo
Ilustração: Kaique Zurk
quinta-feira, 21 de março de 2013
Elias
Elias, menino pobre
de família pobre,
Maria, é a mãe honesta e guerreira
Um dia ele pediu um brinquedo a sua mãe
Maria, disse não
Elias, então resolveu procurar um emprego
Ela toda orgulhosa,
deu a bênção a seu filho
com um grande aperto no coração
Elias, voltou contente
se abraçaram e festejaram,
Ela fez a sopa de feijão que ele tanto gostava
Elias, saia para trabalhar todo dia
e voltava com coisas que nem
sua mãe poderia comprar
Maria, sonhava em ver seu filho um homem
mas quando dormia só tinha pesadelos
Elias, um dia recebeu uma proposta
que não podia recusar, de começo balançou
mas mostraram maravilhas, dinheiro
mulher, respeito e então ele aceitou
Com uma arma na mão, saia para assaltar
Maria, desconfiada
chorava e rezava todos os dias,
pedia para Deus, salvar a alma de seu filho
Elias, não era menino pobre por não ter dinheiro
mas sim pelo seu espírito de porco
menino virgem,
pra ser sujeito homem tinha que matar,
determinado, não pensou duas vezes
gritou - é um assalto
sem a vítima reagir fechou os olhos e atirou
sorriu, com sangue nos olhos!
Mas, mal sabia ele que a bala que atravessou
o peito da moça o seguiria no tempo
e pararia no meio do seu coração
a rocha se quebrou!
Maria, também morreu
mas se foi por fraqueza
de não ter forças para continuar a viver
Miguel Jerônimo
quarta-feira, 20 de março de 2013
Rotina
Rotina, acordar cedo, madrugada,
frieza, na quebrada, gelando na parada, faz parte
Pedindo para Deus que nos proteja, ilumine a cabeça,
rezando pra que nunca falte nada
Saindo aqui nas viela escura, temendo as viaturas,
marcas da ditadura, covarde
O seu José também indo trampar, Felipe estudar,
Cibele povinhar, alarde
Gritou o Mano Boca, o campana, confio nem em criança,
X-9 é o cão, tem que matar
Pra esses ficam as lamentações, pois choram suas mães,
sem saber se seus filhos vão voltar
Tem rato, tem barata e até porco, que quer pagar de louco,
a sua intenção é arrastar
Mas não sabem que vão pra decadência, já disse a experiência,
com as migalhas esses vão ficar
Estou chegando em frente a padaria, João, Dona Maria,
fazendo o ganha pão pra sustentar
A filha, sua mãe e uma prima, que ta com leucemia,
estado terminal, só resta orar
Olhei pro ponto cheio, um busão, corrida, condução,
eu sei que um dia vai melhorar
A gente busca sim uma condição, quer valorização,
espaço pros irmãos poder sonhar
Miguel Jerônimo
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